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Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU’s) no contexto do Século XXI
“Os Resíduos Eletrônicos”

Daniele Ferreira

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   Com o início da produção industrial (século XVIII) e o processo de urbanização do globo, os resíduos sólidos urbanos tornaram-se ao longo dos tempos vilões para muitas nações, onde a coleta e a destinação destes resíduos tem sido, sobretudo para os países em desenvolvimento, como o Brasil um dos grandes problemas ambientais atuais. A produção em larga escala está associada à constante inovação tecnológica e sobretudo ao estilo de vida consumista que tem se mantido nesta sociedade urbano-industrial.

   A composição dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU’s) é variada, e muita das vezes está vinculada à situação socioeconômica de cada nação e aos seus hábitos diários. Os RSU’s podem ser classificados de acordo com sua composição como: matéria orgânica, papel e papelão (jornais, caixas, revistas e embalagens em geral), plásticos (garrafas, frascos e embalagens), vidros, metais e também os eletrônicos (computadores, televisores, celulares, dentre outros).

   Em 2010 foi instituída no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que teve como objetivo o reordenamento, a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos no País, sendo o sistema de logística reversa o principal destaque. No entanto algumas falhas ainda estão presentes e a destinação dos RSU’s é uma delas em virtude da grande geração dos mesmos.

   De acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) a população brasileira tem gerado tanto resíduo quanto as nações europeias. Os números apontam que a média por pessoa tem sido de 1,152 kg por habitante por dia, sendo que nas grandes capitais esse volume aumenta sendo Brasília a campeã com 1,698 kg/dia, seguido pelo Rio de Janeiro (1,617 kg/dia), Salvador (1,440 kg/dia) e São Paulo (1,259 kg/dia).

   Dentre todos os tipos de RSU’s atualmente existe uma preocupação especial no que se refere aos resíduos eletrônicos, estima-se que em 2017 o mundo produzirá 50 milhões de toneladas deste tipo de resíduo por ano, número alarmante divulgado pela Organização das Nações Unidas no último mês de maio (ONU, 2015).

   E os olhares estão focados sobretudo para as nações em desenvolvimento, haja vista, a dificuldade de destinação destes equipamentos obsoletos, onde o Brasil é um dos grandes vilões, sendo o maior gerador deste tipo de resíduo dentre estas nações segundo o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). De acordo com o mesmo órgão o Brasil produziu 1,4 milhão de toneladas em 2014.

   Quando estes resíduos são descartados de maneira incorreta ocasionam um sério risco ao meio ambiente, uma vez que os mesmos carregam consigo quantidades relevantes de elementos químicos tóxicos como os metais pesados (mercúrio, cadmio, berílio, chumbo e zinco).

   Todos estes elementos possuem um alto grau de periculosidade e em contato com o solo e posteriormente com o lençol freático podem ocasionar grandes impactos ambientais e são altamente tóxicos para a população. Ainda segundo o Pnuma o Brasil descarta a cada ano aproximadamente 97 mil toneladas métricas de computadores, 2,2 mil toneladas de celulares e 17,2 mil toneladas de impressoras.

   É diante destes dados da Organização das Nações Unidas e do Governo Federal que detectamos a necessidade de uma atenção diferenciada para o descarte e destino dos resíduos eletrônicos.

   Contudo é a partir destes dados que acreditamos na necessidade de criação de locais adequados para descarte e destinação destes eletrônicos obsoletos, sendo necessária uma parceria entre a esfera púbica e a iniciativa privada na tentativa de amenizar os impactos gerados por estes equipamentos. Não menos importante trata-se também da necessidade de revermos o padrão de consumo de nações como o Brasil um dos países mais populosos do mundo e que possui a maior geração de resíduos eletrônicos dentre os países em desenvolvimento.

 


Referências


Estadão Jornal Eletrônico. Acesso em 01/06/15.

Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasileiro-produz-tanto-lixo-quanto-europeu-imp-,556731

Instituto Brasil PNUMA. Acesso em 01/06/15. Disponível em: http://www.brasilpnuma.org.br/

Ministério do Meio Ambiente. Acesso em 01/06/15.

Disponível em: http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos

Portal Brasil. Acesso em 01/06/15.

Disponível em: http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2013/04/norma-regulamenta-industria-reversa-de-residuos-eletroeletronicos-no-brasil

Daniele Ferreira danielearaujo00@live.com

Geógrafa e Mestre na Universidade Federal de Uberlândia - UFU / MG

 

 

 

Seus textos são:

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU’s) no contexto do Século XXI: “Os Resíduos Eletrônicos” 8 de junho de 2015
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