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Lars Schmidt Grael

VELEJADOR

 

Data de Nascimento: 9 de Fevereiro de 1954

Local de Nascimento: São Paulo, SP

 

Nacionalidade: Brasileira

Histórico

 

Lars Schmidt Grael é um velejador brasileiro. Oriundo de família tradicional no iatismo brasileiro, Lars é irmão de Torben Grael. É medalhista olímpico de bronze em dois Jogos Olímpicos: em Seul 1988 tendo como proeiro Clinio Freitas e em Atlanta 1996 com Kiko Pelicano. Também participou dos Jogos de Los Angeles 1984 e Barcelona 1992. Todas elas na classe Tornado.

 

Antes de ser decacampeão brasileiro e pentacampeão sul-americano da Tornado, foi campeão mundial da classe Snipe em 1983 na cidade do Porto.

Quem é?

 

"O Star foi o barco que mais se aproximou do meu coração"

Maiores Info

 

www.larsgrael.com.br

Acidente

 

Em setembro de 1998, Grael sofreu um grave acidente em Vitória, causado pela imperícia e irresponsabilidade do comandante de um iate, o que causou a mutilação de uma das pernas do atleta. O velejador teve que se afastar da prática esportiva por pouco tempo .

2010 - present

Política

 

Passou a dedicar-se ao fomento do desporto a partir de uma outra perspectiva: a política, exercendo cargos nos governos federal e de seu estado natal. Em 1998 foi convidado pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso a ocupar o cargo de Secretário Nacional de Esportes no então Ministério do Esporte e do Turismo. Exerceu também o cargo de Secretário Estadual da Juventude, Esporte e Lazer na gestão de Geraldo Alckmin no governo São Paulo, que ocupou até março de 2006.

2010 - present

Retorno à Vela

 

Atualmente, Lars Grael voltou a dedicar-se exclusivamente à vela. Voltou a velejar na classe Star com o proeiro Marcelo Jordão, classificando-se em terceiro lugar no campeonato brasileiro de 2006. Comandou também o barco Agripina/Asa Alumínio, campeão do Campeonato Brasileiro da classe Oceano 2006. Em 2008 disputou a seletiva olímpica brasileira na classe Star para a Olimpíada de Pequim porém foi derrotado pelo favorito Robert Scheidt.

 

É recipiente da Medalha do Mérito Desportivo Militar.

Classe STAR

 

Após o retorno a vela Lars Grael se tornou um expoente na Classe Star. Hoje Lars é presidente mundial da ISCYRA , bicampeão da Bacardi Cup e hexacampeão Brasileiro da Classe, ficando atrás apenas de seu irmão Torben Grael que possui sete títulos brasileiros.

Entrevista

 

O esportista Lars Grael fala de evolução nas políticas públicas de esporte e lazer no Brasil, sobre sua vida, os planos para o futuro e do que espera do País para 2022.

 

[site www.CLAUDIODIMAURO.com.br] Como está sua vida nesta fase ? Quais são os projetos e compromissos com os quais está envolvido ? O que tem lhe proporcionado alegrias ?

Lars: A vida está muito boa e com saúde que é importante. Alegria de estar unido em minha família, estar perto do mar e constantemente navegando. Atuo em várias frentes como palestrante em todos os estados do Brasil, participo de várias iniciativas de democratização do esporte como o Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael) e embaixador de causas nobres como da Special Olympics (esporte para deficientes mentais) e do Instituto Trata Brasil (trata de políticas de saneamento).

 

Em seu livro “A Saga de um Campeão”, o senhor faz a seguinte declaração: “O compromisso com o esporte nacional é a motivação superior que me anima a ultrapassar a minha limitação e a esquecer a dor. Abracei essa causa de corpo e alma”. Estes princípios também são utilizados em seus compromissos sempre que ocupa funções na gestão pública?

Seguramente! São alguns dos princípios que nortearam minha atuação em cargos públicos quando fui Secretário Nacional dos Esportes (2001 e 2002) e Secretário Estadual de São Paulo (2003 a 2006). O compromisso é permanente, independente de ocupar cargos públicos, ou, não. Atuo desde Presidente do Conselho do meu clube em Niterói, o Rio Yacht Club, na classe Star aonde velejo, na Atletas pela Cidadania, como no Conselho do Desenvolvimento do Esporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Nestes dias, gravei depoimento de apoio a candidatura brasileira as Universíades de 2017 em Brasília. Todas funções voluntárias e não remuneradas.

 

O esporte é de fato o melhor caminho para afastar crianças e jovens das drogas?

Se vinculado as políticas de uma educação de qualidade, sim! O esporte é direito de qualquer jovem e necessário para sua formação de índole, caráter, espírito coletivo e saúde preventiva. Falta no Brasil, um grande programa de impulso a Educação Física e Esporte nas escolas. Esta seria nossa grande medalha de ouro para comemorar...

 

Como membro da Comissão Olímpica Brasileira em diversas oportunidades, como o senhor avalia o processo de desenvolvimento das ações preparatórias para a realização das Olimpíadas que acontecerão no Brasil ?

O projeto é bom e várias frentes estão se movimentando. O trabalho do COB e do CPB mostram em resultados o avanço do esporte no Brasil. O Ministério do Esporte aumenta sua capacidade de fomento e suporte. A Autoridade Pública Olímpica ainda não se consolidou. Prefeitura do Rio e Governo do Estado do RJ avançam com obras e projetos. Preocupa-me temas ligados a infra-estrutura, aeroportos, saneamento, meio ambiente e a poluidíssima Baía de Guanabara.

 

Quais são os aspectos mais importantes que devem ser considerados para que as Olimpíadas no Brasil tragam ao país desenvolvimento e portanto inclusão social?

Investimentos no esporte escolar. Parcimônia e austeridade nos gastos públicos. Investimentos duradouros que sejam úteis para após as Olimpíadas e Copa do Mundo. Parcerias público-privadas. Conscientização da sociedade.

 

E a Copa do Mundo, trouxe benefícios sociais e na infra-estrutura do País?

Investimentos apenas nos estádios de futebol não serão sustentáveis. Alguns destes estados gastam cifras bilionárias para a Copa do Mundo, mas alegam não ter orçamento para construir uma quadra poli-esportiva numa escola pública. Não valorizam o profissional de educação física. Investir nos respectivos aeroportos, transporte urbano, estacionamentos dimensionados, segurança pública e saneamento em toda esta estrutura, torna-se imperativo.

 

De 1996 a 2002, o senhor integrou a Comissão de Esporte e Meio Ambiente do Comitê Olímpico Brasileiro. Quais ações do Comitê Olímpico, daquele período, o senhor destacaria como contribuições para a melhoria da qualidade ambiental?

A conscientização de ações e investimentos esportivos associados a preservação ambiental. Trata-se de política do Comitê Olímpico Internacional - COI que reverberou no Comitê Olímpico Brasileiro. Foi um marco nos Jogos de Barcelona que culminou com os Jogos de Sidney (as Olimpíadas verdes). Preocupo-me com a agenda ambiental da Copa e das Olimpíadas. Não parece ser uma prioridade.

 

O senhor, que ocupou cargo público na área de esportes por vários anos, como avalia a evolução das políticas públicas de esporte e lazer no Brasil?

Houve um avanço e podemos creditar este avanço a grandes e bons gestores do esporte nacional. A política esportiva tem suas deficiências, mas temos que reconhecer que o papel do Ministério do Esporte nos dias de hoje, é muito mais relevante do que nas décadas anteriores. Só acho, que falta um grande programa nacional que uma Esporte e Educação. Acredito que o Ministro Aldo Rebelo possa trilhar este rumo de gestão.

 

É cada vez maior o número de projetos e programas para atender as pessoas com deficiência no Brasil. Qual sua avaliação dos resultados destas iniciativas? Há melhorias significativas ?

Os resultados são positivos. O avanço é o mais relevante da América Latina, porém aquém das nossas expectativas. O Paradesporto no Brasil saiu do anonimato nas Paraolimpíadas de Sidnei em 2000. Atingiu a liderança das Américas em 2007 e consolidou-a neste ano no Parapan do México.

 

No ano 2022 o Brasil comemorará 200 anos de independência de Portugal. Como o País chegará nessa data ?

Mais humano, mais justo, mais desenvolvido economicamente. Falta-nos porém, uma reavaliação de conduta ética, cívica e moral dos nossos governantes dos 3 poderes. Falta-nos uma reforma tributária que reduza o número e percentual dos tributos em troca de adimplência e punição aos fraudadores. Uma reforma política para moralizar a impunidade dos políticos que apostam nela. Reforma do judiciário para que a Justiça seja a favor da sociedade e não se servindo dela num manto de corporativismo, benécies e direitos adquiridos.

 

Quais são seus planos e projetos para o futuro?

Somar para a democratização do esporte. Continuar a navegar, que é minha maior realização de vida e passar um legado de paixão pelo esporte para as gerações futuras.

 

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