cuba: UM MODELO A SER SEGUIDO, SEGUNDO A OMS
Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2016
Segundo o organismo das Nações Unidas, o sistema de saúde de Cuba tem valor de exemplo para todos os países do mundo. O sistema de saúde cubano é reconhecido em nível mundial por sua excelência e sua eficiência. Apesar de ter recursos sumamente limitados, e o impacto dramático causado pelas sanções econômicas que os Estados Unidos impõem a Cuba, há mais de meio século, Cuba conseguiu tornar universal o acesso à saúde a todas as categorias da população e conseguir resultados similares aos das nações mais desenvolvidas.
Durante sua visita recente a Havana, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, elogiou o sistema de saúde cubano e declarou que estava impressionada pelos avanços nesse campo. "Cuba é o único país que eu tenho visto que tem um sistema de saúde estreitamente ligado à pesquisa e ao desenvolvimento em ciclo fechado. É esse o rumo correto, porque a saúde humana não pode melhorar se não for com a inovação", enfatizou. Parabenizou "os esforços que o país faz nesse sentido, para colocar a saúde como pilar essencial do desenvolvimento".
Cuba baseia seu sistema de saúde na medicina preventiva e os resultados são excepcionais. Segundo Margaret Chan, o mundo deve seguir o exemplo da Ilha neste campo e substituir o modelo curativo, pouco eficiente e custoso, por um sistema baseado na prevenção. "Desejamos de modo fervente que todas as pessoas que vivem no planeta possam ter acesso a serviços médicos de qualidade, como em Cuba", sublinhou.
A OMS lembra que a falta de atendimento médico no mundo não é, de maneira nenhuma, uma fatalidade procedente da falta de recursos. Traduz, ao avesso, uma falta de decisão política por parte dos dirigentes, no sentido de proteger as populações mais vulneráveis. A organização coloca o exemplo da Ilha do Caribe, como um exemplo ao contrário. Por isso, em maio de 2014, Cuba presidiu a 67ª Assembleia Mundial da Saúde, como reconhecimento à excelência do seu sistema de saúde.
Com uma taxa de mortalidade infantil de 4,2 em cada mil crianças nascidas vivas, Cuba apresenta o melhor índice do continente e do Terceiro Mundo, refletindo assim a qualidade do seu sistema e o impacto sobre o bem-estar das crianças e das mulheres grávidas. A taxa de Cuba é, inclusive, inferior à dos Estados Unidos e se posiciona como uma das mais baixas do mundo.
Com uma expectativa de vida de 78 anos, Cuba é um dos melhores alunos do continente americano e do Terceiro Mundo, com um indicador semelhante ao das nações mais desenvolvidas. Em média, os cubanos vivem 30 anos mais do que seus vizinhos haitianos. Em 2005, Cuba disporá da maior proporção de pessoas com 60 anos ou mais da América Latina.
UM SISTEMA DE SAÚDE AO SERVIÇO DOS POVOS DO TERCEIRO MUNDO
Cuba também beneficia as populações do Terceiro Mundo com seu sistema de saúde. Com efeito, desde 1963, Cuba envia médicos e outro pessoal de saúde aos países do Terceiro Mundo, para atender aos deserdados. Atualmente, cerca de 30 mil colaboradores cubanos trabalham em mais de 60 países do planeta.
O exemplo emblemático desta solidariedade com os mais desapossados é a Operação Milagre, lançada por Fidel Castro e Hugo Chávez em 2004. Esta campanha humanitária, lançada em nível continental, no âmbito do projeto da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), consiste em operar gratuitamente os latino-americanos pobres que sofrem de catarata e outras doenças oculares.
Após uma década, mais de 3,5 milhões de pessoas conseguiram recuperar a visão graças ao internacionalismo cubano. Este programa social, criado em um primeiro tempo para a Venezuela, estendeu-se ao continente todo, com o objetivo de operar 6 milhões de pessoas. Além das operações cirúrgicas, a Missão Milagre oferece óculos e lentes de contato às pessoas que apresentam problemas de visão.
No total, cerca de 165 instituições cubanas participam da Operação Milagre, que dispõe de uma rede de 49 centros oftalmológicos e 82 centros operatórios em 14 países da América Latina: Bolívia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Granada, Nicarágua, Panamá, Paraguai, São Vicente e as Granadinas, Venezuela e o Uruguai.
A solidariedade médica cubana também se alarga à África. Em 2014, a Labiofam, empresa de produção química e biotecnológica cubana, lançou uma campanha de vacinação contra a malária na África do Oeste, em não menos de 15 países. Segundo a OMS, esta doença, que afeta majoritariamente as crianças, mata não menos de 630 mil pessoas ao ano, "a maioria delas crianças de menos de cinco anos que vivem na África".
"Isso significa que mil crianças morrem diariamente por causa da malária", lembra a Organização.
Da mesma forma, Cuba está formando médicos do mundo todo, na Escola Latino-americana de Medicina (Elam). A partir de sua criação, em 1998, a Elam já formou mais de 20 mil médicos de 123 países. Atualmente, 11 mil jovens vindos de mais de 120 nações estudam a carreira de medicina na instituição cubana. Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, "a Elam é a escola médica mais avançada do mundo". Ainda, elogiou os médicos cubanos que trabalham no mundo todo, particularmente no Haiti. "Sempre chegam primeiro e são os últimos a saírem, permanecendo depois da crise. Cuba pode mostrar ao mundo todo seu sistema de saúde, um modelo para muitos países".
Ao pôr o exemplo de Cuba, a Organização Mundial da Saúde enfatiza que é possível para um país do Terceiro Mundo com recursos limitados elaborar um sistema de saúde eficiente e oferecer a todas as populações uma proteção social, caso existir a decisão política para colocar a pessoa no centro do projeto da sociedade. (extraído de Opera Mundi).
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